domingo, 5 de setembro de 2010

Música: Tierry Robin

Thierry Robin, discografia obrigatória para os amantes da música cigana.
De alma cigana, é um músico de real exceção.
Pertence à restrita casta de exímios improvisadores de cordas e de delicados artesãos que embelezam a sua arte com infinitos rendilhados. Além de exímio executante de alaúde, bouzouki e guitarra, que o coloca num pedestal semelhante ao do sueco Ale Möller, do grego Ross Daly, ou de um outro francófono - Patrick Vaillant –, Robin é um verdadeiro alquimista da composição, um Merlin dos tempos modernos, que consegue juntar, num único caldeirão, as músicas ciganas que vão de Espanha à Ásia Central, passando pelos Cárpatos e pelo Báltico. A sua poção mágica torna um qualquer Assurancetourix (o irritante bardo da aldeia gaulesa de Astérix) num tenor peso-pesado romano. É notável como o flamenco, que parece um género musical confinado à Península Ibérica, é a locomotiva através do qual Robin e os seus músicos efectuam uma enriquecedora viagem sem freios, pela linha do Oriente. A guitarra e o alaúde de Robin, a divina voz cigana (de flamenco) do espanhol Pepito Montealegre, que chega a roçar o céu qwwalli e a fazer a devida vénia ao mestre Nusrat, quebram fronteiras terrestres. A combinação perfeita destes elementos com percussões afro-latino-americanas-e-arábico-andaluzes (com destaque para o cajon e “ocean drum”) de um talentoso instrumentista brasileiro Zé Luís Nascimento e com o acordeão de Francis Varis algo “brastchtiano”, contaminado quer pela delicadeza melódica da bal musette francesa (pouco), quer pelo desvario cigano dos balcãs (muito), constituem a fórmula de uma música que viaja livremente como o ar, através do tempo e da geografia.

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